O milho é considerado uma das culturas mais importantes do mundo. Originário das américas, apresenta distribuição cosmopolita, sendo cultivado desde a Rússia até a Argentina. Considerado um produto estratégico para a segurança alimentar da população mundial por fazer parte da alimentação humana e animal. Atualmente o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho e sua produção é dividida em duas safras a de verão e de inverno (safrinha). O plantio de verão, safra principal, ocorre principalmente, na região Sul e Sudeste. Já na região Centro-Oeste o cultivo de milho de sequeiro (safrinha) ocorre principalmente após o plantio da soja.
Apesar da importância na economia mundial e na alimentação humana e animal, essa cultura é acometida por diversas doenças de diferentes etiologias, entre elas ganha destaque as ferrugens. A ferrugem no milho é causada por três diferentes patógenos Phyzopella zeae – agente causal da ferrugem branca ou tropical; Puccinia sorghi – agente causal da ferrugem comum e Puccinia polysora – agente causal da ferrugem polisora. Esses fungos são bitróficos, ou seja, necessitam de plantas de milho vivos para sobreviver.
Phyzopella zeae
Puccinia sorghi
Puccinia polysora
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E CONDIÇÕES CLIMÁTICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS FERRUGENS DO MILHO
FERRUGEM COMUM
No Brasil essa doença apresenta ampla distribuição nas áreas de cultivo, porém apresenta severidade moderada, sendo mais severa nos estados da região Sul. Esse fato se deve por ser uma doença antiga e bastante disseminada no país, fato que possibilitou, a seleção de variedades resistentes. Essa doença é favorecida por temperaturas entre 16°C e 23°C e presença de orvalho sobre as plantas. As espécies de trevos (OxalisI spp.) são hospedeiras secundárias dessa doença e pode agir na manutenção do inóculo no campo.
FERRUGEM BRANCA
No Brasil, encontra-se distribuída no Centro-Oeste, e no Sudeste (Norte de São Paulo). O problema é maior em plantios contínuos de milho, principalmente em áreas de pivot e na safrinha. Essa doença é favorecida por condições de alta temperatura (22°C a 34°C), e umidade relativa, além de baixas altitudes.
FERRUGEM POLISORA
Esta doença está distribuída por toda a região Centro-Oeste, Noroeste de Minas Gerais, São Paulo e parte do Paraná. Dentre as três ferrugens esta é considerada a mais severa e destrutiva, podendo causar perdas de até 65% da produção. O Seu aparecimento é favorecido por temperaturas entre 23°C e 28°C, alta umidade relativa e baixa altitude.
Ferrugem comum.
Ferrugem branca.
Ferrugem polisora.
SINTOMAS
FERRUGEM COMUM
Apresenta formação de pústulas na parte área da planta, sendo mais abundantes nas folhas. As pústulas são formadas em ambas as superfícies da folha, apresentam formato circular a alongado de coloração marrom escuro que se rompem longitudinalmente.
FERRUGEM BRANCA
Apresenta formação de pústulas brancas ou amareladas, na superfície superior da folha, paralelamente às nervuras. As pústulas envelhecidas são de cor púrpura-escuro e apresentam aspecto de manchas circulares ou oblongas, com centro de coloração creme.
FERRUGEM POLISORA
Apresenta pústulas circulares a ovais de coloração marrom clara, distribuídas na face superior das folhas e, com muito menor abundância, na face inferior da folha.
CONTROLE
Em geral os plantios de milho contínuo tendem a agravar o problema causado pelas ferrugens. Dessa forma é recomendado a alternância de cultivos com outras culturas assim como de genótipos de milho. A utilização de cultivares resistentes, juntamente com a escolha de época e local de plantio também são fundamentais para um manejo adequado. Em áreas com maior incidência também é recomendada a interrupção no plantio durante um certo período para que ocorra a morte dos uredósporos (esporos do patógeno).
O uso do controle químico também é recomendado assim que surgem os primeiros sintomas da doença no campo. Atualmente para a ferrugem branca há apenas sete produtos registrados no ministério da agricultura (MAPA). Em contra partida ferrugem comum e polisora há uma gama de produtos registrados no MAPA. Vale ressaltar que a alternância de moléculas é fundamental para que não ocorra resistência por parte do patógeno
Aplicação terrestre.
Esporos de Puccinia sorghi.