Vira-cabeça na cultura do tomateiro

A doença conhecida popularmente como vira-cabeça do tomateiro é causada por um complexo viral constituído por 18 espécies pertencentes a Familia Tospoviridae e Gênero Orthotospovirus. O primeiro relato da doença, em tomateiro no Brasil, ocorreu em 1936 e a partir de então se disseminou rapidamente para as demais regiões produtoras. No ano de 1942 foram relatadas quebras significativas na produção de tomate devido principalmente a falta de cultivares resistentes a doença. Pelo menos quatro espécies virais ocorrem naturalmente em tomateiro no país: tomato spotted wilt tospovirus (TSWV), groundnut ringspot orthotospovirus (GRSV), tomato chlorotic spot orthotospovirus (TCSV) e Chrysanthemum stem necrosis orthotospovirus (CSNV).

Com o intuito de conter o avanço da doença adotou-se como método de controle a aplicação intensiva de inseticidas para reduzir a população de tripes, que de alguma forma, obteve durante muitos anos, resultados positivos no controle das epidemias de vira-cabeça. Porém, na década de 1980, devido à explosão populacional e disseminação mundial de Frankliniella occidentalis (espécie de tripes), foi constatada a reemergencia do vira-cabeça que se tornou uma das doenças mais importantes da olericultura mundial. Fazendo com que essa doença, antes restrita a regiões tropicais e subtropicais, passasse a ser relatada, também, em regiões temperadas.

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Gênero Frankliniella.

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Gênero Thrips.

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Gênero Frankliniella.

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Gênero Thrips.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

O vira-cabeça é relatado em todas as áreas de cultivo de tomate no Brasil, principalmente nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco além do Distrito Federal. Porém, a distribuição geográfica das espécies virais, que causam o vira-cabeça, é irregular pois dependerá diretamente das espécies de tripes frequentes e da vegetação nativa de cada local.

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Distribuição das espécies de Thrips.

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Distribuição das espécies de Thrips.

TRANSMISSÃO

No Brasil, ocorrem naturalmente 520 espécies de tripes, em solanáceas, porém somente Frankliniella occidentalis, F. schultzei e Thrips tabaci são descritas como vetoras de orthotospovirus. A transmissão é do tipo persistente circulativa propagativa, ou seja, as partículas virais, após serem adquiridas através da alimentação do tripes em uma planta infectada, circulam e se replicam no interior do vetor. Uma vez adquirido o vírus, os tripes são capazes de transmiti-lo durante toda a vida. Porém o tripes só será capaz de transmitir o vírus, caso o primeiro contato com as partículas virais ocorra durante os dois primeiros instares de desenvolvimento larval do inseto. Por outro lado, os tripes que se alimentem de plantas infectadas já na fase adulta não são capazes de transmitir o vírus.

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Ciclo de vida do Thrips.

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Ciclo de vida do Thrips.

SINTOMAS E DANOS NO TOMATE

As plantas podem ser infectadas pelos vírus em qualquer estádio de desenvolvimento. Porém, quando infectadas precocemente em viveiros ou nos primeiros estádios de desenvolvimento da cultura no campo as plantas podem apresentar sintomas de mosaico, anéis cloróticos e necróticos, deformação, arroxeamento e/ou bronzeamento foliar além de necrose da folha e hastes, nanismo e consequentemente murcha e morte da planta que pode acarretar perdas que variam de 80% a 100%. Devido seu principal sintoma de encurvamento do ponteiro da planta para baixo a doença ficou popularmente conhecida como vira-cabeça. No caso de infecções tardias as plantas podem desenvolver frutos menores, deformados e com anéis cloróticos e/ou necróticos. Porém, os sintomas podem variar em função da espécie do vírus, cultivar, idade em que a planta foi infectada e condições climáticas. Vale ressaltar que os maiores surtos de vira-cabeça ocorrem nos meses mais quentes e secos do ano devido a uma maior população de tripes nessa época.

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Anéis cloróticos em fruto maduro.

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Anéis necróticos e necroso no caule.

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Anéis cloróticos em fruto maduro.

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Anéis necróticos e necroso no caule.

Vira-cabeça na cultura do tomateiro

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MANEJO

Algumas espécies de orthotospovirus têm ampla gama de hospedeiros podendo infectar mais de 90 famílias botânicas, como no caso de TSWV. Além disso, solanáceas e asteraceas, tanto da vegetação espontânea como também de espécies cultivadas, podem atuar como reservatório dos vírus, além de serem colonizadas pelos tripes que apresentam hábitos polífagos. Esses fatores, aliadas as condições ambientais que favorecem a manutenção das fontes de inóculo e altas populações de tripes no campo, muitas vezes inviabiliza o uso de inseticidas. Assim, a utilização de variedades resistentes é a maneira mais eficaz de controle.

Porém, na ausência de variedades de tomate resistentes ao vírus, é recomendado a eliminação de restos culturais, evasão de áreas com alta população de tripes e evitar áreas com alta infestação de plantas da vegetação espontânea são práticas recomendadas para manejo da doença. O uso de preventivo de inseticidas, recomendados para a cultura, também pode surtir efeitos positivos para o manejo da doença no campo. Vale ressaltar que devido a complexidade do controle da doença, além da escolha adequada de variedades resistentes, o manejo integrado é fundamental para que se obtenha uma maior produtividade do tomate.

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Manejo cultural do tomate.

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Manejo cultural do tomate.

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