Doenças de final de ciclo na soja

A primeira descrição da soja com alimento data de 5.000 anos atrás na China. O marco da introdução da soja no Brasil foi 1901 quando o grão começa a ser produzido e distribuído para os agricultores paulistas pela Estação Agropecuária de Campinas. Porém com a intensificação da migração japonesa, em 1908, esse grão passa a ser mais facilmente encontrado pelo país. Em 1914, essa cultura foi introduzida no Rio Grande do Sul, local de origem das primeiras cultivares de soja até 1975.

A soja tem como centro de origem o nordeste da Ásia, porém, atualmente, apresenta distribuição cosmopolita sendo uma das culturas de maior importância na economia mundial. Essa cultura apresenta múltiplas finalidades, podendo ser usada para a produção de óleo vegetal, ração para animais além de suas utilidades na indústria química e alimentícia.

O Brasil é, atualmente, o segundo maior produtor mundial de grãos ficando atrás apenas dos Estados Unidos, na safra de 2018/2019, a produção foi de 114,843 milhões de toneladas, em uma área plantada de 35,822 milhões de hectares com uma produtividade de 3.206 Kg/ha.

A soja pode ser acometida por doenças desde a sua fase inicial até a fase final do ciclo da cultura. Dentre as doenças estão as conhecidas por doenças de final de ciclo (DFCs), causada por principalmente por dois fungos Septoria glycines (mancha parda) e Cercospora kikuchii (crestamento foliar ou mancha purpura da semente). Apesar, de alguns técnicos e pesquisadores consideram outras doenças, como antracnose e mancha alvo, como DFCs. Este termo foi atribuído devido aparecimento dos sintomas ocorrerem após a metade do enchimento dos grãos, estádio R5.3.

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Septoria glycines.

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Cercospora kikuchii.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E CONDIÇÕES CLIMÁTICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS DFCS

Ambas as doenças (mancha parda e crestamento) estão amplamente distribuídos pelas áreas de soja podendo causar grandes perdas no rendimento dos grãos.

A mancha parda é causada pelo fungo necrotórfico Septoria glycines, ou seja, apresenta a capacidade de infectar a planta viva além de continuar suas atividades metabólicas em restos culturais. A dispersão da doença pode ocorrer através da ação da chuva e do vento ou por sementes infestadas. Sua infecção e desenvolvimento são favorecidos com temperaturas entre 16°C a 30°C (ótima 25°C). Em geral a doença apresenta maior severidade com período de molhamento foliar de 36 horas. Porém, o mínimo necessário para que ocorra a infeção é de seis horas.

A doença conhecida por crestamento foliar ou mancha purpura das sementes é causada pelo fungo necrotrofico Cercospora kikuchii. A transmissão ocorre por meio de sementes infectadas que podem germinar ou não. Porém, quando germinadas podem gerar plântulas doentes. Além disso, os esporos podem ser disseminados pela ação água e vento. O progresso da doença é favorecido por temperaturas entre 22°C a 30°C e alta umidade relativa.

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Doenças de final de ciclo na soja

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SINTOMAS

Os sintomas iniciais da mancha parda ocorrem após duas semanas após a emergência das plântulas quando provenientes de infestação de sementes ou inóculos presentes no solo. As lesões são pequenas de formato angular de coloração castanho-avermelhado. A doença pode progredir causando uma severa desfolha em plantas de 35 a 40 dias, ocorrendo uma recuperação da planta após este período. Quando a doença se manifesta no final do enchimento dos grãos (R5.3),é possível observar nas folhas verde pequenas pontuação pardas, que poderão evoluir para manchas de coloração parda com halos amarelos na face superior da folha (adaxial) e rosada na face inferior (adaxial). Além disso, a doença causa desfolha do terço inferior para o superior.

Os sintomas do crestamento podem ocorrer em todas as partes da planta e em qualquer estádio de desenvolvimento. Porém, os sintomas mais importantes são observados no final do estádio de enchimento dos grãos. Em geral são manchas escuras de coloração castanho-avermelhado com 2 a 3 mm de diâmetro. Com a evolução da doença as manchas podem coalescer. Nas vargens é possível observar pontuações vermelhas que evoluem para manchas castanho-arroxeadas. Através da vagem o fungo alcança a semente e causa a mancha púrpura no tegumento. Nas hastes há o aparecimento de manchas vermelhas limitadas ao córtex. Na semente o sintoma mais característico é a ocorrência de manchas de coloração arroxeada, que podem ser apenas uma pequena pontuação ou recobrir toda a semente.

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CONTROLE

O manejo de doenças de modo geral envolve diferentes medidas de controle que visam a redução da incidência e severidade. Dentre as medidas de controle para as DFCs estão: 

  • Utilização de sementes de boa qualidade;
  • Tratamento de sementes com fungicidas;
  • Espaçamento de população da cultura;
  • Adubação equilibrada e rotação de cultura;
  • Escolha de cultivares resistentes;
  • E controle químico.

Atualmente, há o registro de aproximadamente 180 produtos para o controle do crestamento foliar e 154 para mancha parda.

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Sementes tratadas com fungicidas.

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Espaçamento de população da cultura.

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