Várias espécies da subfamília Heliothinae (lagartas) são consideradas importantes pragas agrícolas em todo o mundo. As três principais espécies são: Heliothis virescens, Helicoverpa zea e Helicoverpa armigera.
H. virescens e H. zea são espécies de longa ocorrência no Brasil, sendo suas fases larvais conhecidas como lagarta-das-maças-do algodoeiro e largarta-da-espiga-do-milho, respectivamente. Sendo que H. zea também é conhecida como a broca-grande do tomateiro. Essas duas espécies têm sua origem no continente Americano. Por outro lado, H. amigera é um inseto exótico e até pouco tempo era considerada praga quarentenária A1 no Brasil. Em 2013, teve sua presença confirmada no Brasil em áreas de cultivo de soja e algodão, nos Estados da Bahia, Goiás e Mato Grosso. No território brasileiro, após um ano da sua detecção oficial, o inseto foi confirmado em vários Estados desde o Rio Grande do Sul até Roraima, o que levou alguns Estados a solicitar emergência fitossanitária e uma corrida para o combate a nova praga, uma vez que esperava que ela se tornasse o principal problema das grandes culturas como ocorreu em outros países onde foi detectada. Na safra 2012/2013 foi estimado que 46% do valor gasto para o controle de pragas em lavouras de algodão foi devido as ações de controle visando H. armigera. O número de pulverizações na cultura aumentou cerca de 10 a 15% devido aos ataques e suposta dificuldade de seu controle.
Características como alta polifágia, diapausa facultativa, grande capacidade de dispersão, adaptação em diversos ambientes, alto potencial reprodutivo e desenvolvimento de resistência aos principais inseticidas utilizados no seu controle fazem com que as espécies de Heliothine sejam pragas em diferentes agroecossistemas brasileiros.
Helicoverpa virescens
Helicoverpa zea
Helicoverpa virescens
Helicoverpa zea
Biologia e Comportamento
Os adultos são mariposas, medindo em torno de 4 cm de envergadura, com alta mobilidade e capacidade de dispersão, capazes de percorrer longas distancias, chegando a 1.000 km. Os adultos têm hábitos noturnos e voam preferencialmente no crepúsculo. De uma forma geral apresentam coloração marrom-palha, sendo que cada espécie apresenta asas com coloração peculiar.
Apresentam alto potencial biótico, cada fêmea tem a capacidade de ovipositar de 1000 a 1500 ovos durante o seu ciclo de vida, sendo capazes de colocar até 400 ovos em uma única noite, colocam posturas com um a três ovos sobre talos, flores, frutos e folhas, preferencialmente no terço superior das plantas e para iniciarem a oviposição precisam se alimentar do néctar das flores.
Os ovos são arredondados com 0,5 mm de diâmetro e apresentam estrias meridionais que vão de um polo a outro. São incialmente esbranquiçados, tornando-se, 12 horas após a oviposição, branco-amarelados com aspecto brilhante e próximos a eclosão tornando-se marrom-escuros. O período embrionário é em média de 3 a 4 dias.
Ciclo de vida geral das lagartas
Os adultos são mariposas, medindo em torno de 4 cm de envergadura, com alta mobilidade e capacidade de dispersão, capazes de percorrer longas distancias, chegando a 1.000 km. Os adultos têm hábitos noturnos e voam preferencialmente no crepúsculo. De uma forma geral apresentam coloração marrom-palha, sendo que cada espécie apresenta asas com coloração peculiar.
Apresentam alto potencial biótico, cada fêmea tem a capacidade de ovipositar de 1000 a 1500 ovos durante o seu ciclo de vida, sendo capazes de colocar até 400 ovos em uma única noite, colocam posturas com um a três ovos sobre talos, flores, frutos e folhas, preferencialmente no terço superior das plantas e para iniciarem a oviposição precisam se alimentar do néctar das flores.
Os ovos são arredondados com 0,5 mm de diâmetro e apresentam estrias meridionais que vão de um polo a outro. São incialmente esbranquiçados, tornando-se, 12 horas após a oviposição, branco-amarelados com aspecto brilhante e próximos a eclosão tornando-se marrom-escuros. O período embrionário é em média de 3 a 4 dias.
Ciclo de vida geral das lagartas
O estágio larval apresenta de 5 a 6 instares, podendo durar de 2 a 3 semanas, variando com as condições climáticas. Nos primeiros instares larvais, a coloração do corpo varia de branco-amarelada a marrom-avermelhada e da cápsula cefálica de marrom-escuro a preto. Nos primeiros instares apresentam o corpo com cerdas escuras e abundantes e com bases brilhantes. Neste período as lagartas são pouco móveis e medem de 1,4 mm a 4,0 mm.
A partir do 4º instar, a lagarta começa a exibir uma saliência no quarto segmento abdominal em forma de “sela”, tegumento coriáceo e presença de tubérculos escuros e bem visíveis na região dorsal do primeiro segmento abdominal. A coloração pode variar de acordo com a alimentação, do verde ao amarelo claro, marrom avermelhado ou preto. No último instar elas podem medir até 40 mm.
A fase pupal desses insetos ocorre no solo, podendo entrar em diapausa, de acordo com as condições climáticas. No início do período, apresentam coloração verde-claro, porém com a evolução do processo de esclerotização, ao fim de 24 horas, passam a marrom-mogno. Tem formato fusiforme, com comprimento variando entre 12 mm a 20 mm. O período pupal varia de 10 a 14 dias. O ciclo biológico de ovo a adulto pode durar em torno de 40 a 45 dias dependendo das condições climáticas.
Plantas hospedeiras e danos
São espécies altamente polifagas atacando várias plantas comerciais e invasoras. No caso de H. armigera é relatada atacando cerca de 180 espécies de até 45 famílias, causando perdas expressivas na produção de alimentos, grãos, fibras e plantas ornamentais, em diferentes regiões do mundo.
No Brasil, o complexo Heliothine é relatado atacando soja, milho, milheto, sorgo, trigo, algodão, tomate, pimentão, pimenta, alface, melância, café, citrus, girassol, tabaco, crotalária, nabo forrageiro, mamona e plantas daninhas como buva, erva de touro erva de Santa Maria, caruru e guanxuma, além de outras espécies.
Atacam plantas, tanto na fase vegetativa quanto na reprodutiva, consumindo folhas, caules, brotos, inflorescências, frutos e vagens. No entanto, em milho atacam preferencialmente as espigas consumindo as estruturas reprodutivas e os grãos leitosos, embora H. virescens seja frequentemente encontrada se alimentando da região do cartucho em plantas novas. Em algodão, as lagartas maiores têm preferência pelas estruturas reprodutivas, se alimentando de brácteas, flores e frutos. E em tomate atacam flores e frutos, onde após a emergência as lagartas penetram nos frutos e ai se desenvolvem, sendo que no caso de H. armigera uma lagarta é capaz de danificar vários frutos de tomate durante o seu desenvolvimento.
Danos na cultura do algodão
Danos na cultura do tomate
Danos na cultura do milho
Danos na cultura do algodão
Danos na cultura do tomate
Danos na cultura do milho
Manejo Integrado
Para o sucesso do manejo de H. armigera é fundamental a correta identificação da espécie. Além disso, é importante que se conheça a dinâmica populacional, o seu comportamento e os fatores ambientais ou biológicos que estão associados ao seu aparecimento.
Diferenciação das espécies do complexo Heliothine
Um dos grandes entraves no manejo de H. armigera e outros lepidópteros do grupo dos Heliothinae tem sido a identificação. A identificação e separação dessas três espécies tem sido difícil devido as semelhanças entre as lagartas, levando o produtor muitas das vezes a escolher produtos errados ou com menor eficiência de controle.
A separação de H. virescens das espécies H. armigera e H. zea e mais fácil que a diferenciação das duas últimas. Lagartas de H. virescens diferenciam-se principalmente de Helicoverpa spp. por apresentam tubérculos escuros com seta e pelos no 1º, 2º e 8º segmento abdominal, enquanto Helicoverpa spp. apresentam tubérculos escuros com seta e sem pelos. Outras diferenças, mais surtíeis também são observadas na fase larval, como diferenças no aparelho bucal, e coloração de asas na fase adulta.
Em relação a separação de H. armigera de H. zea a diferencial exata só poderá ser realizada mediante analise da genitália e analise molecular. No entanto, alguns fatores comportamentais podem ser utilizados para se ter uma diferenciação parcial dessas espécies. Em relação a preferência hospedeira, H. zea é pouco encontrada em soja. No entanto, em milho e tomate H. armigera e H. zea tem coexistido, havendo um forte detrimento das populações de H. zea. No campo, H. armigera apresenta maior agressividade de ataque e danos. Além do comportamento característico de “pescoço de ganso” quando perturbadas.
Monitoramento e nível de ação
Para soja os níveis de ação para o complexo Heliothine é de 4 lagartas ou 30% de desfolha para a fase vegetativa. Enquanto, que para a fase reprodutiva é de 2 lagartas ou 15% de desfolha. Sendo que para o uso de inseticidas biológicos deve-se considerar o monitoramento de lagartas pequenas.
Por outro lado, para culturas de maior valor agregado, como tomate a constatação de pelo menos 1% de amostras com ovos, lagartas ou frutos danificados é o indicativo para que medidas de controle sejam colocadas em prática. Embora, a adoção de armadilhas de ferômonio para detecção dos primeiros adultos na área seria a melhor estratégia, para determinar o controle inicial da praga, antes das lagartas entrarem nos frutos e ocasionarem danos.
Fruto danificado
Armadinha e Feromônio
Fruto danificado
Armadinha e Feromônio
Controle Biológico
Desde o aparecimento de Helicoverpa armigera no Brasil, uma série de estudos foram realizados para viabilizar estratégias eficientes de controle dessa praga. O controle biológico aplicado utilizando micro-organismos e entomopatógenos mostrou-se viável para o controle do complexo Heliothine.
No controle biológico com macro-organismos destaca-se o uso de Trichogramma pretiosum, onde o comportamento de oviposição dessas pragas, com posturas isoladas, favorece o uso desse parasitoide.
Para os entomopatogênos, produtos a base de Bacillus thuringiensis tem proporcionado bons resultados de controle para essas três pragas. E de uma forma mais especifica, produtos a base de vírus foram registrados e estão sendo indicados para o controle de H. armigera e H. zea.
Controle biológico: vespa Trichogramma pretiosum
Controle Biológico
Desde o aparecimento de Helicoverpa armigera no Brasil, uma série de estudos foram realizados para viabilizar estratégias eficientes de controle dessa praga. O controle biológico aplicado utilizando micro-organismos e entomopatógenos mostrou-se viável para o controle do complexo Heliothine.
No controle biológico com macro-organismos destaca-se o uso de Trichogramma pretiosum, onde o comportamento de oviposição dessas pragas, com posturas isoladas, favorece o uso desse parasitoide.
Para os entomopatogênos, produtos a base de Bacillus thuringiensis tem proporcionado bons resultados de controle para essas três pragas. E de uma forma mais especifica, produtos a base de vírus foram registrados e estão sendo indicados para o controle de H. armigera e H. zea.
Controle biológico: vespa Trichogramma pretiosum
Controle Químico
Existem inúmeros inseticidas registrados para o controle dessas espécies. Os inseticidas e suas indicações de acordo com a espécie de praga e cultura que elas estão atacando podem ser facilmente encontrados em sites como o Agrofit. Embora possam existir mais de 40 marcas comerciais de agrotóxicos registrados para o controle dessas pragas, o número de produtos com grupo químico/ingredientes ativos e modo de ação distintos é relativamente pequeno.
Estratégias de manejo integrado adotando a rotação de produtos distintos associado ao uso de diferentes táticas de controle como o controle biológico devem ser adotadas pelos produtores para diminuir ou impedir o desenvolvimento de resistência e garantir a eficiência de controle da praga na cultura.
Aplicação de agrotóxicos na cultura da soja.
Aplicação de agrotóxicos na cultura da soja.